quinta-feira, 6 de maio de 2010

espelho

Nada na verdade precisa ser dito.
Somos iguais, sentimos, enlouquecemos, pedimos, choramos.
Faz-me sentir muito; tudo. Ouço seus passos de longe e me invade a mente o receio de como você estará, o que dirá e como o fará.
Nunca decifro, me desespero e quase sempre falho.
Sinto medo
receio
falta do abraço.
Cada palavra a mim dirigida não vai embora
fica
cola
percorre.
Tanto julgo, tanto condeno, questiono.
Tanto amo.
Apenas por amar.
Cuidar.
Minha vontade é dizer, mas minha voz não se faz amiga nessas horas. Some, dá lugar ao nó na garganta; que vira choro.
Cheio de certeza e dúvida.
Mas então...
É tudo uma questão de instantes pra que tu sorrias. Como não o fazer também? Inevitável.
Por coisa pouca, não entendo.
A nuvem de sentimentos tristes se desfaz com um riso seu que invade a alma de cada um.
Indecifrável. Isso que tu és.
Assim como aquilo que sentes, que decidi não mais tentar encontrar porquês, pois descobri que é exato como sinto.
Sou exato como tu.
Esses olhos verdes de experiência e vida me dirão sempre aquilo que só eu entenderei.

Espelho, imagem, pai.