segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Caminho



O desenho das pernas cruzadas já se acostumou com a cabeça pesada, escorada pelas mãos.
O observar as linhas amarelas se perdendo no fim das curvas traz vontade. Necessidade.
Sente-se que muito e muitos vêm. Fragmentos deliciosos de lembrança boa; que transborda de prazer. Marca.
Levam. Pedaços, palavras, olhares meus. Aqui já quase não estou.
Essa estrada conhece bem onde está minh'alma retalhada.
O sentir já se fez viajante e deixou-me. Por isso sento à beira dessa estrada.
Pra seguir o vento, pra brincar de corda-linha amarela bamba e sumir. Passos sutis, certamente incertos, encurtando distâncias. Braços pedindo abraço de saudade que a estrada dá e toma.
O corpo perece e padece à beira da estrada. A sede vem e não pede água.
Pede chegada.

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