segunda-feira, 12 de julho de 2010

Que não fosse momentâneo

Tudo aquilo que se sente agora não poderia passar; nem a dor, nem a vontade de que tudo isso permanecesse. Só por descobrir que não se pertence a ninguém, por perceber que aquilo que você julga ser seu, nem mesmo te pertence. A dor que te dói não é sua, não é dela, é só dor. Dor de não poder ter tido, de não ter dito a verdade. Mesmo agora depois de livre ainda sangra a saudade do que nunca foi seu, mas sim dela. Só isso se afirma ser dela. A incerteza, que aliás devia ser seu sobrenome e o meu, mesmo que coberto, secreto, devia ser o meu. Meu? Tudo aquilo que eu vejo nunca foi meu. Nem esse frenesi de ser ou não ser de alguém, a música que me embala não é. Simples. Assim como quis um dia ser sua, mas não aconteceu. Não viveu, não vivi, não vivo.

Um comentário:

  1. Me identifico. Às vezes me vejo possessiva com aquilo que nunca tive.
    Adorei o texto! Parabéns, Cat.
    =*

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